domingo, 11 de janeiro de 2009

Temos que esperar....

Temos que esperar... Há uma certa altura na vida que percebemos que a condição de espera é uma constante, e em todos os momentos, nos fazem esperar, ou então somos nós que fazemos questão de esperar.
Esperamos os nove meses para nascer, e há medida que o tempo passa esperamos para crescer e até há casos de quem espere para morrer.
Quando dou por mim a pensar, a espera é um facto real, esperamos para ser atendidos no café, e podermos deliciarmo-nos com uma bica bem tirada, esperamos que o semáforo passe de vermelho para verde, e esperamos impacientes. Também esperamos na fila do supermercado, mas ai a espera é ordeira, organizada por filas ou por números, e esperamos ansiosamente pela nossa vez.
Quando estamos aborrecidos em algum sitio esperamos e desesperamos que os ponteiros do relógio se arrastem no tempo e o façam andar o mais depressa possível, á velocidade da luz para que tudo passe, e também o contrário quando nos encontramos no auge de algum momento esperamos que o tempo não passe, e que ancora pare mesmo ali para que todos aqueles momentos durem o maior tempo possível…e esperamos com felicidade.
Continuamos a esperar…para atravessar na passadeira, que algum condutor não tenha pressa e possa de facto esperar que atravessemos. Esperamos anos e anos, e esperamos por um telefonema, boas ou más noticias, ou por uma simples mensagem, esperamos por um sinal, e esperamos que o dia nasça e traga os raios de sol consigo e que com isso nos consiga consolar. Esperamos pelas palavras certas que nem sempre vem no melhor momento, que possam refazer tudo o que a vida desfez, e esperamos no mesmo sitio, que a estrela caia, outra vez, mas ai a espera é em vão, a estrela nunca cai duas vezes no mesmo sitio.
Esperamos que alguém chegue, e que alguém parta, mas que a partida seja rápida porque as despedidas doem mais para quem tem de esperar. Esperamos por um convite e por uma discussão que num momento aceso, possamos dizer tudo aquilo que esperámos dizer. Espera-se que amanha faça calor, ou então que chova para podermos estrear aquelas botas novas que comprámos nos saldos.
Esperamos por esperar, porque tem de ser, e é uma característica quase que intacta do ser humano.
Esperamos por um serviço, por um atendimento por uma resposta, pela nota de um exame, por um aumento de salário, por um autocarro, ou por um qualquer outro transporte publico, esperamos por alguém, que pode vir ou pode mesmo nos deixar á espera, esperamos por um exame médico. Esperamos que tudo acabe bem ou que tudo comece mal, e esperamos… Talvez só nos resta esperar que algum dia tudo mude.
É admissível que alguém diga que não gosta de esperar, que não é muito paciente, de facto eu sou paciente, mas se pudesse escolher também não esperava.
Mas o mais engraçado é que acabamos por esperar, involuntariamente e por vezes voluntariamente…esperamos que nos façam felizes…e é isto que é verdadeiramente inacreditável como é que nos podemos sujeitar á espera de que alguém venha e nos traga a felicidade dentro de pacotes, depois basta agitar, abrir e pronto rápido e sem muitas esperas…como se fosse tudo instantâneo.
É simples esperamos que ao menos essa pessoa seja capaz de fazer o que nós afinal não somos…nós apenas esperamos, e esperamos o tempo que for preciso por essa felicidade, nem que venha dentro de um pacote…

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